gosto de fazer pausas enquanto escrevo. faz bem. renova o texto. como agora.
também gosto de escrever frases curtas, como já devem ter reparado.
sempre gostei de José Saramago, mas sou o oposto no que diz respeito à escrita. Mas talvez ele não usasse pontuação, de maneira a que nos concentrássemos mesmo no texto, como se nos obrigasse a entregar-nos totalmente à sua escrita.
Talvez devesse fazer isso. talvez devesse começar a viver todos os momentos depois de pensar neles. começar a ser uma pessoa que caminha, que age sem que ninguém me pare. para que se possam perguntar e interrogar, o que fiz no intermédio de tal caminhada.
talvez, devesse começar a não desabafar tanto com outras pessoas. começar a ser uma pessoa reservada. que faz as coisas pela calada. que age por si. pode ser que assim, consigas olhar para mim de maneira diferente. que queiras ver o meu interior mais profundo. que queiras ver de onde vem o sorriso que te esboço.
vou mudar de música. ou talvez não, esta até é calma. este texto requer músicas calmas, dão mais inspiração.
quando escrevo gosto de dizer o que me está a ocorrer no momento. nunca escrevi de propósito. forçada. nunca escrevi sobre um assunto concreto, só porque sim. gosto de escrever, quando o que sinto, não consegue passar de palavras. não tenho como realizar o que estou a pensar.
começo a gostar demasiado de ti. a precisar demasiado da tua presença nos meus dias.
reparei agora que até agora, o único erro ortográfico assinalado no texto é o da palavra "ação" por estar sem um "c". afinal de contas, há que respeitar o novo acordo ortográfico não é.
como ia a dizer.. sim é verdade, gosto de ti. não é apenas, gostar de estar contigo. já não se resume a gostar dos momentos, das conversas. é gostar de ti. do que fazes. de como és. do que és.
sim há um "mas". não quero sentir que sou posta à prova. nunca vou conseguir provar o quanto gosto de ti. percebe isso. parabéns, conseguiste. conseguiste o que querias. conseguiste conquistar parte de mim. na verdade, conseguiste conquistar-me por completo.
o texto começou com perdas. perdas de tudo o que abdicamos, por ganho de outra coisa. porque na realidade tudo é assim. todo o presente tem de ter um passado para que possa ter um futuro. eu sei que realmente gostas de mim. por isso, por favor não nos ponhamos à prova. vamos viver o que há por agora. porque no final, vamos ver que perdemos tanto, por pensar que iríamos ganhar outra coisa em troca. e o que aconteceu foi que acabámos por perder tudo, e não ganhar nada. amo-te.
ass.eu.
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